domingo, 13 de setembro de 2009

No corre loco

Passei a noite e a manhã na função de me despedir de um amigo que foi embora prá São Paulo. Isso incluiu os seguintes fatos, em nível de folclore:
* Explicar para um holândes o que era um bochincho.
* Pagar cerveja como se não houvesse amanhã.
* Resenhas e explicações sobre la mala onda, provando que, realmente, não há o que não haja.
* Evitar a todo custo a idéia de ir no tal bochincho.
* Editar músicas completamente alcoolizado no bunker.
* E por último, mas não menos importante, acompanhar as negociações (¿e minha participação.?) na realização de um filme pornô randômico.

Enfim, como provavelmente não vou vê-lo de novo até o ano que vem e como o fim do ano não promete mais nenhuma surpresa (talvez uma), já coloco o Martin Fierro no top 5 de melhores coisas do ano.

Não vou lembrar das discussões idiotas sobre jogar a erva mate na pia ou sobre a desorganização monstro dele. Vou guardar a idéia de que sempre havia um bunker cor de laranja no fim da Pinheiro. Um lugar onde a resenha era forte ao som de tim maia racional. Onde a janta era servida às 8 e meia da manhã e a madrugada sempre tinha cheiro de erva mate. Onde profissionalismo, perspicácia, chimarrão e estupidez andavam lado a lado. Gravações, pessoas e os plug-ins do protools formando um novo folclore da banda oriental.

Vou sentir falta. Não sei se já admiti isso alguma vez, mas o fato é que sentia um certo orgulho quando me comparavam com ele. Mesmo que ele resumisse todos os meus problemas a pegar ou não pegar as mulheres, quase sempre ele me ouviu sem me julgar. Em quando julgou foi apenas pelo folclore.

Termino com palavras que não são minhas e que foram escritas obviamente como uma mentira. O fato é que a vida e a convivência as tornaram verdadeiras. Umas das minas que ele andava comendo me disse uma noite dessas: "tomara que ele mantenha 6 amigos até morrer para carregar o caixão." Mesmo que não houvesse 6, eu daria um jeito de carregar sozinho, se fosse o caso. Felicidade é a certeza de que fazemos parte de alguma coisa. E, seja no AltaVoz, no Laranja, num palco tocando tango ou na maldita quadra da estação férrea, bastava eu olhar para aquele chapéu canalha para ter a certeza de que não estava sozinho. E isso não tem preço.



Fica em paz meu hermano, tudo de bom em sampa.
Representa bem o pampa.
Se a coisa ficar feita, coloca aquele tango e
QUEEEDAAATE TRAAAAANQUIIIIIILLLOOO.

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