quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

A era da inocência acabou

Ao som de: Lenine - Paciência

O importante é o ritual, e não a data em si. Eu mesmo comemoro o ano novo pelo calendário chinês. E se pudesse escolher viveria pelo calendário Maia. De qualquer forma estou num dilema entre vida e morte muito grande. A Morte é um signo e tanto, além de uma amiga insubstituível. Assim como acho que o palhaço é um símbolo melancólico, acho a Morte um símbolo do nascimento. O ankh é representa um ciclo. Reviro as gavetas da minha cabeça e na última delas, a mais próxima do coração, encontrei esse texto, que escrevi com letra borrada e a mão tremendo. Posso não estar escutando o que me dizem, mas eu escuto o meu coração. E que o controle volte para as mãos de quem tem que controlar. Pelo menso agora eu sei para quem estou escrevendo. Denovo, eu peço desculpas, mesmo sabendo que vc já me desculpou.

É pra sempre

Tive um amor, de beleza inconfundível,
que deixou-me criar alguns sonhos
escrever alguns poemas e voar longe
Por caminhos criados por um Vento louco...
Ele pontuou vírgulas, reticências, chorou
Esperou cada segundo,
Rezou do jeito mais profundo
- foi mais do que querer e ter -
ansiou e sentiu todas as coisas do mundo.
E esteve sempre solto na vida
E em tudo.

Era um amor que conhecia segredos
Que quando fraco, não perdoava
Depois se comovia, buscava e entendia
E, esquecendo, melhorava.
Depois era um amor carente
E sentindo saudades esquecia as horas;
Infinito e imortal.
Não mais no meu coração ele cabia.

Pois este amor foi meu
Teve medo porque fui fraco
E, quando chorou,
Era dos meus erros que se emprestava.

Foi completo
E de todos o mais intenso
Meu...
O meu suporte
Ainda que distante do que é real.
Entendia mais que os sábios
Com as minhas peculiaridades
Eu lhe dava autenticidade
E na sua experiência foi que encontrei
Toda vida e beleza
Toda minha felicidade

Eu sei dos anjos,
Sei das rosas e das estrelas
Eu conheço os olhares
Posso explicar mil coisas
E sentir outras tantas mais.
Onde quer que eu ande
Com tudo eu ouso aprender
E a todos eu posso ensinar.

E quando não fiz mais o que fazia
então recebi o amor que ainda não tinha
Ah, esse amor.
Deu-me o que eu não alcançaria nunca sozinho

Mas o meu amor também sentiu tristezas
Este velho sábio foi inocente
Como a noite que desconhece o sol
Como um céu ainda sem estrelas
Assim como as coisas puras
Eu o libertei tanto
E acabei preso em mim
Eu me esforcei muito, mas foi inútil..
Ele foi mais do que eu poderia entender.

Resolvi então abrir os olhos
Deixando as lágrimas fluírem
Tentei lavar a alma com a força que eu ainda possuía
Senti o meu coração pequeno, amargurado,
Despedaçado...
Meu coração como um riso triste de um palhaço

As músicas estavam vazias, pobres e sem melodia
Hoje são palavras perdidas
Que não falam mais de mim
Agora, desconheço o amanhã
Aos poucos entendo o ontem
Com as quedas nesse ensaio de hoje
A vida é mesmo uma peça teatral
E eu vejo os atores, num ensaio rápido
Não buscando, como eu, a perfeição
E ironizando o grande texto
Da melancolia do meu coração

A minha dor será sempre a mesma
mas não sei se aprenderei a dominá-la
E ainda que eu crie, todos os dias, um novo traço
Eu não entendo a pintura que faço
Eu misturo a dor - que é óleo na tela
Com esse tom de amor-cor-ouro
E nunca sei o que um rouba do outro
E percebo pálida a minha aquarela.

Tornam-se pequenas todas as letras
Estão vazias de significado as estrofes
E cada sentimento é tão pouco
A poesia já é piada
Mas o meu riso sai com gosto amargo,
fraco e envergonhado.
E não se descreve o amor
Tolice minha tentar contar
O amor só se pode sentir
Se há um entendimento;
ele mesmo buscou se explicar.

Mesmo que eu tenha sofrido
Sem saber por que aceitar
Eu deixo que a história permaneça
Um dia eu tive um amor
E mesmo que machuque meu peito,
Talvez um dia, mais tarde
Talvez com risos ou em soluços
Eu vou contar
que um dia eu tive um amor
Que eu o fiz fugir sem notar
que era muito - ou tudo - que eu tinha
E que ainda assim,
Eu quis deixá-lo voar.

________________
Para você nunca fiz apenas versos
Nunca estive, apenas, contigo
Estive em tudo que rodeava.
Em tudo, envolto das tuas coisas
Na tua face que lembrava a minha
quando eu me olhava no espelho.
Na música que invadia o meu quarto.
Quando escrevia versos
Eu não os fazia, apenas
Eu era a letra, a rima, o tema
Eu era você dentro deles.

2 comentários:

  1. the first one, forever. cursed craze of saying english.
    the unemployment me left more insane person. or not. and I am drunk.
    and, and I love you.
    same e knowing the colors and things to arrest you, I have fear to lose you. exactly that “to arrest” and “to lose” they are not the correct words. shit, you understands me.

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  2. correcting my identity.

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