No meio do caos do blues, estou sentado de cabeça baixa conversando comigo mesmo. Sinto alguém sentando do meu lado e mesmo sem olhar eu sabia quem era. A biscate eu conheço pelo cheiro.
-eu gosto de te ver no festival.tu caminha diferente aqui dentro. Ela me diz como quem comenta sobre o tempo no elevador.
Diferente como?
- É fácil ver que tu sabe o que está fazendo e que seguraria esse aquele palco nas costas se fosse preciso.
-E se eu te dissesse que não me importo quase nada com o aquele palco. Mas eu me importo com aqueles dois com camiseta de bloco de carnaval. Não é a guerra. Essa merda é a minha trincheira. eu cuido de quem esta comigo nela do mesmo jeito que tu me via cuidando de cada um dos peões dos meus jogos.
Ela me oferece um cigarro e a gente se escora um no outro.
Serenidade.
Eu sorrio lembrando que antes disso ela tinha me dado um tapa na cara sem cerimônia nenhuma. E agora ela me olhava satisfeita com a mesma naturalidade que havia me olhado com pena depois de me bater. A mão que tudo escreve deve se divertir quando agenda nossos encontros