Dado o histórico anterior, aprendi que os planos funcionam melhor quando as pessoas não sabem o que você quer. Ato contínuo aprendi a dissimular minhas vontades e também a não dar importância para os meus desejos. Talvez a ideia tenha sido me defender, inicialmente, mas aprendi também que me defender batendo de volta era mais eficiente. Estou olhando pra trás pra tentar entender qual foi o ponto de partida que me trouxe até aqui. Porque em algum momento eu passei a fazer planos para as pessoas se darem bem enquanto eu me arrebento e deixo parecer que tenho alguma intensão mesquinha. pode ser que seja uma vontade de fazer parte, de não estar fora do lugar. Pode ser que de tanto ver o pior das pessoas, eu tenha pensado que se eu também fosse ruim, não estaria tão deslocado. Não seria um alienígena na minha própria história. E não teria esquecido que ninguém é mal por dentro. Pode ser também que, enquanto eu aprendia a mentir, fui percebendo que soava mais autêntico quando não tentava mostrar meu lado bom. Enquanto queria confiança e preferia não ter afeto.
Ironicamente, eu mesmo acho que nunca fui bom, mas da mesma forma, também fui incompetente em ser mau. Essa dualidade geminiana da qual nunca consegui fugir e várias vezes usei como meu lado melhor. Talvez a hora de pagar o preço esteja se aproximando. Por tentar ser tudo, me sinto um nada. Por ter tentado agradar a todos, não agrado quem deveria.
Pelo menos o mar parece se divertir com tudo isso. Ao que parece ele tinha certeza que ia me ver numa madrugada de zero grau durante um ciclone. Há coisas que só consigo costurar com água salgada.
Agosto está chegando, e dessa vez eu não vou conseguir fugir.
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