domingo, 25 de dezembro de 2022

Eu sou meu próprio corvo sarcástico

    Ninguém vence o caos, o dono da mesquita bem que avisou. Mas eu ia dar o inferno pra ele. Atrasado não chega nem perto de definir como o dia correu. Em algum lugar a gerência fez seu trabalho usando músicas em modo aleatório pra organizar tudo. Eu quero é botar meu bloco na rua tocou no rádio e a partir daquele momento eu sabia que não estava sozinho na missão de acabar o ano. Liguei pra Claudia com a desculpa de dar um oi mas eu só queria ouvir o som da risada dela. 

    E tudo seguiu até que no fim do dia, no fim do mês, no fim do ano, no fim do mundo... os Farinas tocaram essa música. E eu fiquei ali sentado cantando com os olhos cheios de água e com a voz tremendo. A velha certeza de que estava exatamente onde deveria estar. A risada sem jeito por saber todo trabalho que o acaso teve pra me colocar lá. Tenho um desprezo profundo pelo natal, mas esse dia fica como mais uma daquelas coisas mágicas que só acontecem porque esse montão de gente acredita em Jesus. E sempre será a flor do partisano. 





Existe uma teia ligando tudo e depois que se enxerga isso fica impossível não fazer o mundo funcionar. 


    Me chamo vento e sigo trabalhando com conhecimento e corações. E aumentando as fogueiras grandes e apagando as pequenas chamas. Me chutaram do topo da montanha uma vez e eu precisei  aprender a voar caindo. E por arrogância eu me arrebentei. O paulista comenta como quem não quer nada sobre  a vista lá de cima. E só. Quando eu me livrei do peso extra e subi de novo, sorri diante do abismo. Quando a maldita tempestade que sopra do paraíso se aninhou nas minhas asas, não havia outra opção senão pular. Tenho certeza que ele sabia, assim como sabia que na Claudia eu tenho os pensamentos felizes que preciso pra voar. De maneiras diferentes todos nós acabamos descobrindo que mergulhar em pessoas rasas não afoga ninguém, mas arrebenta muito. 

E que não basta querer.. tem que ser.. tem que tá.

A vida é diferente da ponte pra cá.

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