quarta-feira, 12 de julho de 2017

Fumando o cigarro da saudade


           Houve um tempo onde Neruda não era poesia, era a música que a gente ouvia. O acaso se mostrou salvação e o entendimento era pouco. Eu faço os melhores capetas do mundo porque precisei aprender naquela época. A sorte caminhou sozinha na praia, pareceu errado na hora, mas o tempo ajeitou tudo. Foi um tempo em que Nietzsche chorou e que compadre meu ajudava sem saber. Há a repetição que sempre outras vezes em minha vida acontece. Eu rabiscava coisas na praia sozinho pro mar apagar. Um monte de água não se importa com tamanho das letras. Problemas grandes e pequenos nunca importaram entre um nó e outro. Palavras tem peso, nunca flutuaram o suficiente.


            Não sei o tamanho da bolha, mas acho que ela precisa ficar menor. Quanto menor ela for mais gente haverá fora dela. Fora da bolha é mais fácil ser feliz.
            Quisera eu poder fazer as coisas voltarem a ser como elas eram antes... como poderiam ter sido. Mas, ao que parece, a aura violeta não tem nada a ver com olhar para trás...
 
Eu vou casar com a saudade
Numa madrugada fria
Na saúde e na doença
Na tristeza e na alegria
Quando o sono não chegar
No mais distante lugar
No deserto beira mar
Dia e noite noite e dia



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