domingo, 3 de novembro de 2024

Mas errado quanto?

    Escrevi um texto uma vez enumerando coias que eu queria. Mas hoje eu queria apenas me importar menos com os outros. E talvez, mas só talvez, me importar mais comigo. Ainda não decidi sobre essa parte. Tudo vem em ondas, mas nesse mar em específico eu não queria tantas ondas me batendo. Às vezes eu queria passar no RH da firma e pedir desculpas por terem me contratado, mas sigo com a esperança boba de um peão, que torce para que haja uma mão mais sábia mexendo as peças e que, com sorte, me salve dos meus delírios.

    Há tantas fotos que eu deveria apagar do meu celular, tantas coisas que simplesmente deveria deixar para trás. Mas como uma árvore poderia deixar prá trás suas raízes?  Fora que preciso desse rastro de migalhas de felicidade caso eu precise voltar. Não que eu esteja perdido, mas não tenho ideia de pra onde estou indo. Ainda serei sufocado por essa vã esperança de ter para onde voltar, mas se não tenho medo da dor, o que tenho a perder.? 

    Ficaria tudo melhor sem mim. mas só mais nessa vida e na outra. ¿Era esse o trato, né.? Seguimos berrando 'nunca me conceda descansar' não porque não quero descansar, mas porque não sei ser outra coisa. E porque tenho certeza que não mereço. Seguimos com planos fadados a desmoronar por incúria de mim mesmo. Planos para ser o mar enquanto não consigo nem ser água. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

A última vez foi em 2011

No fim eu jogo cada partida de xadrez exatamente como eu vivo a vida.
No começo  eu jogo como eu quero.
Depois eu jogo como for possível
Daí eu erro e então passo a jogar como eu consigo, me sentindo um merda.
As vezes eu jogo bem e perco.
As vezes eu jogo mal e ganho.
Sempre acho que deveria ter jogado melhor.
Sempre parece que não sei jogar.



quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Torço para o que o senhor tenha paciência comigo

 Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima

 Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima

Levanta

Sacode a poeira

E dá a volta por onde for possível

domingo, 1 de setembro de 2024

Entre a especulação imobiliária e a volta do Beto Carrero

    Há uns 40 anos atrás eu percebi que as regras que usavam comigo eram arbitrárias. Eu devia ter feito o esperado e começado a usar regras arbitrárias pros outros mas, ao que parece, eu já tinha essa inclinação por não seguir o caminho óbvio. Achei que o melhor era começar a também usar regras arbitrárias pra mim mesmo Na época, mesmo sem saber o que significava arbitrário, eu estava destruindo os alicerces do conceito de certo e errado.

    Agosto, peço desculpas. Sei que não era o que tínhamos planejado, mas foi o que consegui fazer. A cirurgia me deu bastante tempo pra pensar e, dado o histórico anterior, nada de bom poderia sair disso. Eu não queria ir, mas ninguém me perguntou nada. Não que importasse algo, no caso. E acabo percebendo que, além das pessoas que não julgam, eu gosto das pessoas que fazem as perguntas certas. Ambas são tão raras. 

    "Ah, tem uma repetição, que sempre outras vezes em minha vida acontece. Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não vejo! - só estava era entretido nas idéias dos lugares de saída e de chegada. Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito embaixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?"



domingo, 28 de julho de 2024

É suficiente!

    Uma derrota totalmente inesperada no judo e uma japonesa desaba. Foi cagada dela, mas não muda o desfecho. Eu queria achar uma palavra pra definir os gritos dela, até pq eles estão num idioma que eu sou fluente. A definição de empatia devia ser melhor. Ou deveriam inventar uma palavra pequena, com poucas letras e sem acento pra explicar esses momentos em que a dor de alguém dói na gente mais do que a nossa própria.

 https://globoplay.globo.com/v/12792011/