domingo, 28 de outubro de 2007

Eu gosto de saber a palavra certa...

Ao som de: Cordel do Fogo encantado - Chover

_____"Amigo? Aí foi isso que eu entendi? Ah, não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro, e receber, e saírem por esse mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça aos demais. Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e todos sacrifícios. Ou - amigo - é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é." - GS:V

_____Homem foi feito para o sozinho.? Foi. Mas eu não sabia.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Esteira de vento e luar

Ao som de Vitor Ramil - Semeadura


_____
Pelas minhas palavras eu mato e morro. E as vezes vivo. Desisti do Goethe. Antes de voltar para o meu diário, escrevo, leio e abstraio. Nietzche sempre foi uma boa compania, tão ou mais perigosa que eu. E meu nome é bem mais fácil de soletrar.

_____Essa é minha forma de dizer que amo, sem ser banal, sem ser medíocre e sem ser arrogante. Sinceridade tem sido um hábito terrível (e kamikaze, como diria o compadre).


Entre o mar e o céu

No meio dia da vida, no jardim do verão
A inquieta ventura em se deter, atentar e esperar
Pelos meus amigos aguardo, dia e noite disposto
onde estão meus amigos?
O tempo parece ser apropriado

Não foi para vocês que o cinza do gelo
hoje se adornou com rosas?
É a vocês que o riacho procura, e ansiosamente aflue
E se batem ventos e nuvens, mais alto no azul
Para observá-los a distância, como pássaros na espreita

No meu santuário coloquei a mesa:
Para aqueles que vivem mais próximo das estrelas
e para os habitantes das horríveis profundezas do abismo.
Meu reino - e que reino se estendeu mais longe?
E o que em mim é doce - quem o terá provado?

Aí estão vocês, amigos!
Não é a mim que procuravam?
Vocês hesitam, surpresos - seria melhor se tivessem rancor
Eu não sou mais eu.? Mudei de mão, de rosto, de andar?
O que eu era, acaso não mais sou?

Terei me tornado outro.?
Estranho a mim mesmo? De mim mesmo, fugido?
Um lutador que muitas vezes venceu a si mesmo?
Que muitas vezes lutou contra a própria força,
Ferido e detido pelas próprias vitórias.

Procurei onde o vento sopra mais cortante
e aprendi a viver onde ninguém habita,
nos desertos de gelo, onde o frio queima
Desaprendi Deus e Homem, oração e maldição
Tornei-me apenas uma sombra do que fui

Meus velhos amigos de rostos pálidos
transtornados de ternura e espanto!
Não se aborreçam, aqui não poderiam ficar
Aqui é preciso ser o caçador sem piedade
E a caça que luta pela vida

E um mau caçador me tornei .
Vejam como está tenso meu arco
Apenas o mais forte sabe respirar e atirar
Peço que tenham cuidado, perigosa é minha flecha
Mais do que todas, mais do que a sorte.

Tanto sofreu meu coração
E forte permaneceu sua esperança
As suas portas continuam abertas
Renunciando aos antigos e às lembranças!
Ele era forte? - Pois agora é mais e com mais coragem.

O que uma vez nos ligou, o laço da mesma esperança,
Quem ainda lê os sinais do coração.?
Signos que há tempos o amor ali escreveu
Eu os comparo a um pergaminho que a mão teme tocar
E que, como ele, está queimado e enegrecido!

Basta de amigos! Como chamá-los?
Também são sombras do que eram
Que de noite, tentam ainda meu coração e minha janela
e me olham sussurrando: "Ainda somos nós, estamos bem"!
Palavras murchas, que um dia cheiraram a rosas.

Sonhos juvenis tão cheios de ilusão,
aos quais buscava nos impulsos da minha alma,
Agora vejo tudo envelhecendo
E somente quem muda pertence ao meu mundo

Meia noite da vida. Jardim do outono
Pelos meus amigos aguardo, dia e noite disposto
onde estão meus amigos?
O tempo parece ser apropriado

O hino antigo cessou de soar,
O doce grito do desejo e da saudade expirou nos meus lábios.
Um mago foi o seu autor, o amigo da hora certa
o amigo do meio-dia.
Não, não me pergunteis quem é;
ao meio-dia, o que era um,
dividiu-se em dois.

Agora podemso celebrar, seguros da vitória comum
A festa das festas
O amigo alado chegou, subjugando o próprio silêncio
O mundo pode rir, rasgou-se a cortina do ódio velado
É a hora do casamento entre a minha luz e as trevas.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Isso que eu estava de folga

Ao som de: Dezesseis

_____Na verdade não queria escrever nada. Acho até que nem precisaria escrever. Tanta coisa boa e intensa ao mesmo tempo. Dias de 25 horas sempre ensinam muito. E de novo eu aqui, sentindo uma solidão quase doloriada, mas com uma sensação de missão cumprida que encobre todo o resto. na quinta eu corri como louco e as coisas começaram a acontecer. Um show bom enquanto ensaio. O compadre dança bem. Era pra´ter sido só uam noite tranquila. Tomei mijada que só um amigo conseguiria dar. Continuo achando que kamikazes não precisariam de capacete, ma so ponto é que não adianta eu jogar um avião no mar só porque é uma atitude bonita. Amar desse jeito é foda. Tá escrito isso no meu celular.

_____E começa sexta-feira, mais 25 horas. Correria, tocar dançando. Chapéu canalha. Há uma primeira vez para tudo. Fui para o vagão para apoiar o time, mas lá eu não serviria para nada. E então eu tive uma idéia genial, daquelas que a gente se pergunta porque não pensou antes. Rota do Sol aberta até as 7. Dava tempo. Andando a 150 o mundo passa rápido e insignificante pela janela. Lembrei de trechos da música no vagão. "ele andava meio quieto demais, só que quase ninguém percebeu". Sim, e de fato, o compadre sempre percebe. Imediatamente sorri. "ele era fera demais, prá vacilar assim". Sei bem que água salgada sempre serviu para colar os pedaços do meu coração. Amanheci no meu lugar, brincando com a areia. Rindo de uma aposta, rindo de mim mesmo. O tempo era curto. Foi bom falar com o compadre no telefone enquanto havia 200 km entre nós, mas ambos estavam voltando para casa com o mesmo sorriso. Desenhei uma estrela. Achei melhor desenhar cinco. Agradeci pelos idiotas mudos, pela resposta nua e crua que me fora dada. Ali eu decidi transformar um "se" em um "quando".

_____Uma noite de sábado mágica. Uma manhã política. Além de sniper. sou negociador. E sou bom. Sempre vai amanhecer.

_____Acabei falando só dos fatos. Guardo o que penso para quem me olha nos olhos. E para meu caderno de linhas retas e letra torta. E para o Virgílio, que tem sido um apoio e tanto ultimamente. Saber como as coisas são não torna nada mais fácil. Encontrar o Diabo numa esquina também não. Nenhuma foto caberia aqui.


_____Li num perfil do orkut que "é muito difícil traçar uma linha entre ser gentil, não magoar os outros e lutar pelo que eu quero. Gostei disso. No fundo, a verdade é que "everything's gonna be fine fine fine". A duras penas comprovei que continuo tocando pelo mesmo motivo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Tudo ao mesmo tempo

Ao som de: Nada

____Ligar não é fraqueza, é força. A coragem que falta para atender um telefonema. Mas eu entendo e perdôo. Eu quero. A barca pode ser furada, mas ela é pra voar e não navegar. O mar não tem medo de barco furado. Poderia ser uma lapiseira ou um baixo, ma seu chamo de espada. Poderia ser um nada, mas eu chamo de espírito. Poderia queimar, mas é chama que arde sem se ver. no olhar que me evita, no silêncio que me é imposto. Espelho é tão fino e cabe um mundo dentro dele. Álcool pra esquecer, para amenizar. Não deu certo, mas eu tinha que tentar. Botão abortar, um mendigo ou um anjo. Não, a gente não acha isso pouco. Mas também não acha muito mais do que suficiente. Tenho raiva de quem ama todo mundo, de quem ama tudo. Será que o amor é tão banal assim.? Dicionário para ter certeza. Mediocridade justificada com amor. Minha mão e minha vida eu daria por poucos. Pouco vale muito. Vale mais do que eu. É fato, bombom não é pra cavalo. Algo entre um sorriso sem gato e um gato com sorriso. Uma raposa. Um santo para cada um, como eu já disse. Um jogo para cada um, como eu já disse. E um livro para cada um. Ironia e confusão. Se não fosse confuso não seria minha vida, se não fosse irônico não seria útil. Eu faço pensar e assim me refaço. Eu faço silêncio e assim me disfarço. Se há brilho no olhar, no coração há estrelas. As estrelas que riem para mim. Não, não é riso frouxo, é pena mesmo. Uma catedral no fim da rua. Eu sou o bêbado dela. A redenção da minha camisa lilás. Ser frio não é para qualquer um. Incompetência de quem não consegue se suicidar. Incompetência de quem julga com os parâmetros errados. Incompetência de quem acha que sabe o que é certo e errado. Azar de quem consegue. O mais insuportável dessa vida é que tudo nela é suportável. No inferno, um anjo luta todo dia. Dois, na verdade. Ainda bem que há pessoas mais fodas que o Chuck Norris. Mas eu estou certo e ela errada. Se o Taloco e a Cìntia concordam, não posso estar errado. O medo ofusca. O sol refletido no mar também. O amor é grande e cabe na minha janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.

____Ter data não significa nada. O tempo anda na velocidade que quiser.

____É claro que eu me exponho, que espécie de idiota mudo eu seria se não falasse demais.??

____Teu plano também é bom, mas alguém tem que ser kamikaze nessa equipe. Só me arruma a faixa e o sakê.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

"... mas estamos vivos ainda."

Segundo

Em cada segundo que sinto
O tempo vem e me cobra
Os dias que desperdicei
Inventando uma pobre obra
Sem sentido, me sinto vazio
Surdo, surdo e um pouco mudo
Perdido sem fé
Luto, luto e pouco mudo
Olho para dentro
E isso me cega
Então eu fujo
E minha alma não sossega
Morrer é mais fácil do que viver
Fugir é mais fácil que crescer
Adiar é mais fácil do que escolher
Calar é melhor do que dizer.

Todos os dias eu acordo perdido
Sem saber prá onde ir
Me arrastando de hora em hora
Procurando apenas um lugar bom para cair
Todos os dias eu rezo
Para que essa sensação ruim
Passe durante o dia
Para que eu durma em paz no fim

Mas eu sempre preciso enfrentar meus fantasmas
Todo dias, todos os dias
E, o que é bem pior,
Todas as madrugadas.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Dentro de uma camisa lilás, atrás de um rótulo de bacardi e do melhor baixo do mundo. Praticamente invisível

Ao som de: ACDC - Highway to Hell


_____Em algum momento da semana passada eu conversei com o compadre. Comentei que estava lendo um livro estranho, que falava sobre mineiros numa mina de carvão na França em algum lugar do passado. O compadre perguntou porque eu estava lendo. Eu disse que estava procurando uma determinada parte, que nem eu sabia qual era, mas que quando a lesse eu saberia. Li com uma certa obstinação, procurando, rindo de vez enquando, sabendo que haviam pensado em mim em deternminadas passagens. Quando cheguei na página 500 encontrei o que estava procurando. Adoro essas coinscidências inexplicáveis.

_____- Que idiotas fomos em esperar tanto tempo! Logo que te conheci apaixonei-me por ti e não copmpreendeste, ficaste zangado.
_____- Tu me bateste uma vez, lembras-te? Dois tabefes bem aplicados.
_____- Porque te amava...- murmurou ela. - Sabes que eu evitava pensar em ti.? Dizia-me que estava tudo acabado entre nós mas no fundo sabia que um dia viveríamos juntos... Só faltou ocasião, um acaso feliz, nõa é verdade.?
_____Um arrepio o deixou gelado, quis afugentar aquele sonho, depois disse lentamente:
_____- Nada acaba para sempre, basta um pouco de felicidade para tudo recomeçar.
_____- Posso ficar contigo dessa vez? Não vamos separar-nos mais?


Filme do Peter Pan na TV, durante o filme um troca de mensagens.

_____- Eu tenho saudade da época em que os ombros do meu pai eram o lugar mais alto que eu almejava chegar, que a minha maior teimosia era subir nas árvores quando minha mãe insistia para que eu ficasse no chão; da época em que o sorvete pedia mais tempo para ser devorado. A época em que meu coração era imperador e procalamava minha lei...
_____- Teu coração ainda é imperador, de um reino maior. E, mesmo se não fosse, o caminho de toda revolução sempre passa pelo coração das pessoas.

_____O final disso tudo machucou um pouco. Como se de repente eu descobrisse que um grande santo saísse do seu pedestal para cometer um pecado besta. E eu digo pecado besta porque eu mesmo o cometi. Fui embora só para descobrir que o que eu estava procurando estava exatamente aqui, o tempo todo. E acabei voltando tarde demais.
_____Deve ser por isso que me permito um arrependimento. Uma pena pintada e repintada de vermelho.

_____Eu tenho um caderno e um livro do Nietzsche. E não tenho razão, e considero isso uma das minhas qualidades, da mesma forma que a chatisse do compadre é uma virtude.

_____É fato, sempre nos machucamos quando não seguimos nosso coração.

_____Conversa perdida em alguma madrugada silenciosa da semana:
_____...
_____- Isso não me concerne mais.
_____- Acho que é a primeira vez que ouço você dizendo isso sobre uma coisa boa.
_____- Não entendi.
_____- Você sempre usa essa frase com coisas ruins, com pessoas que você se afasta quando deveria estar próximo
_____- O fato é que sei o que posso fazer e o que não posso fazer. Não posso ajudar todo mundo que quero. E as vezes minha presença só atrapalha. Vivo dizendo que fico na vida das pessoas somente enquanto sou útil.
_____- Cuidado com o que você diz, tuas palavras sempre voltam pra ti.
_____- Estou aprendendo isso.
_____...

_____Ciclos que começam, ciclos que terminam. Ciclos que acontecem todos ao mesmo tempo. Se não fosse essa confusão, não seria minha vida.

_____Bom que o comapadre veio aqui e as coisas voltaram para o lugar. Ele joga melhor, é fato.



_____Show no vagão, uma mistura de vontades: querer e não querer tocar. Querer e não querer tanta coisa. Estou cansado. Certo que me diverti. E cumpri uma promessa. Não são apenas pretextos. Encarnei meu personagem, como disseram.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

(Mais ) Um novo conceito de ironia

Além de jogar xadrez, eu e meu chefe temos um outro jogo bem interessante. É um puro e simples capeonato de ironias. É óbvio que nos dois casos eu sempre perco, mas me divirto e aprendo muito com as derrotas.

Filme do Peter Pan e da Sininho hoje, exatamente hoje. Ponto para o Senhor.

Mas que performance....

Essa é prá começar a semana com o pé direito.

Reparem na dancinha do sujeito. É algo entre o Six e o Mono.


quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Interlúdio na hora certa

Enquanto eu não posto nada que valha a pena ser lido, o compadre mandou ver e me deixou orgulhoso das maluquices que ele escreveu.

Texto muito bom no blog do compadre


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

So um rápido F5

Um livro complicado que eu não faço a mínima idéia de como vai terminar e de porque estou lendo. O fato é que estou gostando de lê-lo. Até agora esbarrei em citações de Marx e numa paixão ciumenta e mal resolvida dentro de uma mina de carvão. E numa série de frases interessantes sobre o vento. Adoro essa ambiguidade que meu apelido me proporciona.

Um retoque nas asas...
Para sentir mais dor, eu acho.
Para fazer justiça ao significado delas.

Uma nova esperança, mas que ainda me aperta o braço.
Uma lapiseira que encontrou seu caminho de volta e agora posso escrever no meu caderno como antes.

Cantar e tocar ao mesmo tempo é mais complicado do que parece.
E a minha garganta não quer colaborar.

Nada demais. Tive alguns dias de relativa rotina.
Mas tudo que é bom dura pouco.

Ainda não estamos atrasados, mas é uma mera questão de tempo.

Espero que eu consiga mudar isso também.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Não sei que nome vou dar.....

Ao som de: Burning Bridges - Heart Full of Black

_____Foi diferente. Eu sabia que ia ser diferente desde a tarde, quando eu fiquei uma hora sentado no sol. Fiquei de canto a noite inteira. Posso considerar que fui feito para festas assim. As vezes a gente faz festa porque quer, e as vezes a gente faz porque tem que fazer. No lugar das dúvidas e do medo de ontem, coloquei um imenso sentimento de missão cumprida. O preço foi alto, mas precisava ser pago.

_____Durante o último cigarro ouvi o compadre me agradecer por estar ali. Na verdade quem agradece sou eu, de um jeito que nem ele nem ninguém conseguiria entender. Sentado na janela com os pés em cima do Cassino aceitei uma aposta que foi proposta sábado passado, logo depois de eu atravessar a Sinimbu olhando para trás. E um vento gelado e suave soprou. Eu não estava contando tijolos, estava olhando para um prédio na Sinimbu, em cima da galeria do Maua...

_____Essa noite foi do compadre, a minha ainda vai chegar. É inevitável.

_____A própósito, vcs estavam certos e eu errado. Eu jogo com as pretas.

_____E de noite foi selado um acordo de paz, ao mesmo tempo em que uma guerra está começando. Nunca se esqueça de que é justamente quando nos consideramos mais seguros que o inevitável acontece.