terça-feira, 25 de julho de 2023

Cinzas e brasas


       Sempre considerei a omeopatia um embuste, já que água diluída 1 bilhão de vezes é  apenas água. Ainda assim acho interessante o principio opostos, tipo tratar insônia com um remédio a base de café. Tenho pensado muito nisso de opostos.

   O que incomoda ensina paciência. Quem me abandona me ensina a ser mais independente. Aquilo que me deixa com raiva me ensina a deixar pra lá. O que tiver poder sobre mim, me ensina como é  importante controlar o rumo, mesmo hesitando em um passo aqui e outro ali. Aquilo que eu odeio me ensina a não me importar. Aquilo e aqueles que sinto falta, me mostram com o que realmente preciso me importar.

     Grandes lições. Só queria que elas não viessem todas ao mesmo tempo.  Queria ter um chão firme pra pisar sem me apoiar na Claudia ou no dono da Mesquita, que no momento não tem ideia do quanto me ajudam. Criei todos os meus problemas sozinhos  e não vou vomitar eles nos meus. E certo que eles não precisam de um idiota desequilibrado com o peso de asas que deixou de merecer faz tempo.

     Tenho uma tonelada de coisas pra mudar, mas certas coisas são muito minhas. Vou continuar querendo que todos sejam felizes. Sendo triste eu sei o quanto dói se sentir absolutamente sem valor e eu não quero que ninguém sinta isso. 

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Expectativas desleais

    Dado o histórico anterior, aprendi que os planos funcionam melhor quando as pessoas não sabem o que você quer. Ato contínuo aprendi a dissimular minhas vontades e também a não dar importância para os meus desejos. Talvez a ideia tenha sido me defender, inicialmente, mas aprendi também que me defender batendo de volta era mais eficiente. Estou olhando pra trás pra tentar entender qual foi o ponto de partida que me trouxe até aqui. Porque em algum momento eu passei a fazer planos para as pessoas se darem bem enquanto eu me arrebento e deixo parecer que tenho alguma intensão mesquinha. pode ser que seja uma vontade de fazer parte, de não estar fora do lugar. Pode ser que de tanto ver o pior das pessoas, eu tenha pensado que se eu também fosse ruim, não estaria tão deslocado. Não seria um alienígena na minha própria história. E não teria esquecido que ninguém é mal por dentro. Pode ser também que, enquanto eu aprendia a mentir, fui percebendo que soava mais autêntico quando não tentava mostrar meu lado bom. Enquanto queria confiança e preferia não ter afeto.

    Ironicamente, eu mesmo acho que nunca fui bom, mas da mesma forma, também fui incompetente em ser mau. Essa dualidade geminiana da qual nunca consegui fugir e várias vezes usei como meu lado melhor. Talvez a hora de pagar o preço esteja se aproximando. Por tentar ser tudo, me sinto um nada. Por ter tentado agradar a todos, não agrado quem deveria. 

    Pelo menos o mar parece se divertir com tudo isso. Ao que parece ele tinha certeza que ia me ver numa madrugada de zero grau durante um ciclone. Há coisas que só consigo costurar com água salgada. 

    Agosto está chegando, e dessa vez eu não vou conseguir fugir.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Qualquer um dos dois, só não demorem

  Porque eu vou fraquejar. Eu não vou saber o momento certo. Eu estou com medo. 

E sempre uso as mesmas músicas para tentar fazer as pazes com o Virgílio.


sábado, 1 de julho de 2023

Eu achei que minha cuia duraria pra sempre

    Eu devia ter aprendido da primeira vez que um namoro não deu certo porque não confiaram em mim, mesmo amando irrestritamente. Devia ter aceitado os sinais em vez de brigar com um deus que nem sequer existe e entrar numa briga de ironias que não tenho como ganhar ou mesmo sustentar. Devia ter entendido que se finjo que não sinto toda esa dor, as pessoas vão acreditar que não sinto nada. Porque é o mais fácil pra elas. 

    Eu cuido de uma flor e ela cuida de mim. Nessas noites em que eu poderia escrever os versos mais tristes, isso é  tudo. Ate a neblina do Brumário parece desconfiar de mim nessas madrugadas em  que eu duvido de mim mesmo.