sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Seguindo os passos do mestre
Foi estranho olhar para mim mesmo no espelho enquanto estava fazendo algo entre lavar a cara e tomar um banho numa pia de banheiro. Um walkie-talkie na orelha me dava ar de importância, mas nos meus olhos eu vi a mesma chinelagem de sempre. E a mesma esperança inocente de sempre.A empreitada era grande, mas em algum lugar aqui dentro eu sei que me viro bem nesse tipo de evento caótico. Durante o segundo ou terceiro show me dei conta de uma coisa: olhei pra mim mesmo e me vi operando o som na mesma mesa de som que o Kiko Fávero trabalhou no festival passado. Sorri bobo, meio orgulhoso, meio sem jeito. O som estava do caralho enquanto eu seguia os passos do meu professor (eu chamo ele de mestre). E trabalhar com o Fer Costa facilita tudo. E tem o Nick, o Monta. Time forte. Entre um solo de gaita e outro, eu ia decidindo minha vida por sms e pilotando as bandas do jeito que dava. Os palcos ganharam outros nomes: eu, tu, eles. E terminei a empreitada de shows sentido os pés doendo em lugares que eu nem sabia que podiam doer.
E teve um segundo... um pedacinho de tempo que me fez entender tudo.
Na frente do Missi, sentindo os pingos de chuva caíndo com ar de missão cumprida. Ali eu entendi a mecânica do sistema. Há uma coisa mais importante do que os shows que faço no palco ou na mesa de som. O mundo foi bom e me deu de presente uma mulher que faz meu coração balançar. Eu nunca sei direito se nós dois estamos longe ou perto, mas eu sei que ela existe e mesmo que eu não a veja, eu sou uma pessoa muito melhor por causa dela. E sentir meu coração batendo todo torto por causa dela me faz bem muito mais do que a ausência dela me faz mal.
E hoje o festival segue.. De novo e ainda.
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