segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A rosa

Primeiro dia na escola de música. Teria um monte de fatos pitorescos pra relatar. Mas quando um flautista começou a tocar essa, tudo perdeu a importância.




Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer

Sem

Vou embora sem ter muita opção. E ir é como ter o que eu sempre quis de um jeito diferente daquele que imaginei. Tocar tem sido muito doloroso e estudar música soa como um jeito de sentir melhor a dor. Até queria dizer que isso é uma grande ironia do mundo, mas sei bem que é pura incompetência minha. Comigo levo um ponto nulo no peito. Deixo aqui meus pensamentos e meus melhores sentimentos. O cavanhaque não combina com meu olhar vazio e assim evito o espelho. Pergunto-me o que as pessoas irão ver ao me enxergar.
¿Quanto tempo eu vou conseguir sem desabar.?
¿Quanto tempo até que alguém mais perceba que tudo isso está muito errado.?

Cheio de perguntas eu vou.
A verdade é que eu queria ir embora de mim.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Aquilo que somos

Essa é porque passar a tarde no parque me fez muito bem.



Essa é porque as vezes eu penso no Kurt.


Acabo por me convencer de que quanto mais perto estou daquilo que mais quero, melhor eu sou como ser humano. E, cada esforço meu para me aproximar de quem mais quero, nada mais é do que  minha essência tentando melhorar.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sem asas e sem chão.

Os dias passam e eu perdi a noção do tempo. Não sei mais em que dia estamos, qual o dia da semana. O tempo não passa, ele se arrasta, pegajoso. Perigoso.

Também não sei porque essa eu tirei no violão. Mas depois do desenho da Pucca que jogaram na minha cara pra mostrar quem é que manda, a única coisa que eu podia fazer durante o amanhecer era tocar essa música.


Eu vou tentando...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A minha melhor parte

Sem sono, sem sonhos, pelo menos nenhum que eu precise dormir para sonhar. Pedalar de madrugada me ajuda a pensar. Minhas pernas já não doem mais como doíam semana passada. E eu olho pra frente em vez de olhar para o chão. O coração em compensação não se anima muito. E amanheço em pedaços, sem saber direito o que fazer. Os dias duram uma eternidade para quem espera.

Vejo uma imagem muito clara dos 3: um foi pregado numa cruz, o outro está escorado na cruz com ar nostálgico, e o outro fuma um cigarro sentado numa pedra, fingindo que não está preocupado com nada.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Amo

Do meio da madrugada, essa foi a cereja do bolo.


Ando
Meio desligado
Eu nem sinto 
Meus pés no chão
Olho 
E não vejo nada
Eu só penso
Se você me quer
Eu nem vejo a hora
De te dizer
Aquilo tudo
Que eu decorei
E depois do beijo
Que eu já sonhei
Você vai sentir mas
Por favor
Não leve à mal
Eu só quero que você me queira
Não leve à mal



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Enquanto o sol anda no leste do céu.

A noite chega e o tempo vai passando devagar. Outro metrônomo, esse com volume. Sentado com o Virgílio no chão. A Lua parece o sorriso do gato. Escuro. Não é pra ver mesmo. Tocando baixinho noite inteira pra não atrapalhar o mundo que dorme. Não que eu toque sem parar, as vezes me perco em pensamentos, saudades, vontades.  Ás vezes canso de tentar entender, canso do tempo marcado em clics, em segundos dias e horas. Lembro do Semasas dizendo que pra não desistir agora. E persevero, toco mais um pouco, amo um pouco mais forte. Perco a noção do tempo. O amanhecer vem e eu percebo que esqueci de dormir. Esperar é foda, ficar longe é estranho. Torço pra que não demore muito isso. Temos tanto ainda por fazer.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

De volta

Ontem amanheci sem esperança nenhuma, hoje já tenho no que acreditar e amanheço mais leve. É uma tênue esperança, mas me agarro a ela com todas as forças.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Se vier, traz meu cavalo...

Ela chegou gritando e me batendo, mas percebeu logo que eu não ia ganhar atenção fazendo isso. Não havia como me machucar mais. Eu estava ocupando bem as oportunidades que tinha para isso. Então ela sentou e esperou. E nós ficamos nos ignorando por vários dias. Eu sabia que ela estava ali, pacientemente me esperando,  sabendo que eu não teria como ignorá-la pra sempre. E nem me comportar como se ela não existisse. Não reconheço mais o som da minha voz e nem o rosto que vejo no espelho, mas mesmo assim eu sabia muito bem quem era ela assim que ela chegou. Não imaginei que ela voltaria tão grande, tão senhora das minhas atitudes.

Não posso dizer que ela está ali. Ou lá. Ela está aqui dentro, maior do que eu achei que fosse possível suportar. Ela também está aqui fora, tomando conta de tudo que eu toco, tudo que eu vejo. Tudo que eu sinto. Se bem que não sobrou coração pra sentir muita coisa. Nem toda água salgada do mundo poderia manter as costuras inteiras. E eu não sei mais como consertar o que sobrou do meu coração. Eu não consigo mais ter vontade de consertá-lo.

E ela sabe disso. A dor me conhece há tempos. Andava longe, quase esquecida, mas agora ela é. Eu lembro de dizer que a dor é o melhor mestre, e pacientemente ela espera eu criar coragem para encará-la de frente. Não vai diminuir nem aumentar com o tempo. E aqui estou eu, me sentindo como se não tivesse aprendido nada. Como se minhas asas fossem escombros que eu carrego sem saber porque. Como se meus olhos só mostrassem as ruínas de mim mesmo.

As vozes que discutiam sem parar na minha cabeça silenciaram. Todos estão feridos e esse é o preço por ter me entregado por inteiro. O silêncio que masi machuca é o do meu coração. Ainda não sei se ele simplesmente desistiu ou se ele não tem o que falar. A dor está, maior do que tudo. E eu não consigo fazer nada devido a ela.

Dói. E isso é tudo.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Até quando.

Uma fogueira com um livro de fotos. Eu não tinha uma nota de cem pra acender o cigarro.
Um olho roxo, prá aprender a defender a cara
Uma surra, porque colo não iria resolver nada.
Um tombo de bicicleta prá aprender a não andar na chuva com o cabelo solto.
54 horas acordado para adormecer contando ondas. Acordei assustado pensando que era um pesadelo.  E o instinto começou a trabalhar aos berros. Desabar era uma questão de tempo.
Eu preferia ter cortado o dedo do que ter tirado aquele anel.
Sempre chove quando eu volto pra casa. Dessa vez, mesmo de longe, alagamos a cidade. A chuva tende a ter a força da minha tristeza.

Falta-me coragem para me olhar no espelho. Não quero voltar praquela cidade nunca mais. A dor ainda me faz tremer. No fundo, não adiantou nada. A maldição continua. Continuo vivo.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Prá misturar dor e água salgada.

Primeiro o que é primeiro, depois asfalto. Talvez eu corra demais, o coração vai pesado e incomodando. Achei que nunca mais fosse doer tanto. Só o mar vai me ver chorando. Se eu estiver lá, só eu e ele, vou acabar odiando a mim mesmo. E onda atrás de onda ele vai me colocar no lugar. Sou muito bom em me punir, mas as vezes preciso de ajuda.

"Onde cair a tua primeira lágrima, ali estará teu tesouro"

Volto quando der, deste lado ou do outro.
Putaquepariu, aquelas moedas estão fazendo falta agora.