sábado, 14 de janeiro de 2023

Isso não se ensina, seu bosta!

    E o coice veio. Um soco no estômago não se torna mais agradável porque vc sabe que vai levar um soco no estômago. Um tombo não se torna melhor conhecendo a fórmula da gravidade. A batalha de waterloo não fica melhor da segunda vez. No fim, parece que eu vivo falando as mesmas frases porque eu estou sempre lendo os mesmos textos. E sentindo a mesma dor. Mas o que não importa, não importa. De algum lugar vou precisar tirar forças pra subir naquele palco e fazer o meu trabalho. O Vírligio que -de novo- me carrege. 26 horas devem passar rápido. Beijo, Simone.

Aqui do alto do cruzeiro
Onde o vento faz a curva pra voltar com mais coragem
Vejo o sol tocando a ponta do pára-raio da cruz
Elimino a ofensa do atrito
Atravanco o portão da ventania
Faço a caixa do mar ficar vazia
Boto um teto no vão do infinito
Para dar o pão pra os filhos
Que chegam magros da guerra

O mensageiro do sonho
Nesse terreno que treme
Da magra mão estendida
Da paixão que grita e geme
Das curvas do firmamento
Da claridade da lua
Solidão do mundo novo
A batucada da rua
O espetáculo não pode parar

Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma
O espetáculo não pode parar




NUNCA ME CONCEDA DESCANSAR.




sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

The Harvest Moon

    A semana inteira eu estava arisco. Como se fosse tomar um coice a qualquer momento sem saber de onde viria.  Intuição e essas coisas que a gente não explica. Eu juro que sentia uma coceira estranha quando uma pessoa pensava  em mim. (Felizmente passou).

    Tenho uma tendência a não fazer coisas porque me pedem, a exceção é quando me pedem ajuda. E o dono da mesquita convoca uma languidez extraordinária pra me colocar sentado num antigo sofá de molas e tirar um peso do peito. Eu entendo. Eu já estive lá. As dúvidas e incertezas servem de matéria prima para criarmos os mais diversos e trágicos cenários. O clássico problema de sempre. O ruim não é que mintam, o ruim é nunca mais poder confiar na pessoa. 

    Aliás,  Imagem meramente ilustrativa dos butiás me caindo do bolso



    Aliás, transformar um problema em solução é uma burrada sem tamanho. 

    Por fim uma pancada de chuva só pra me fazer entender uma coisa. Sempre esteve na minha cara. Assim como um idiota tatuou asas nas costas enquanto rastejava na valeta, parece fazer total sentido que alguém que mente e não sabe o que quer tatue "basta ser sincero e desejar profundo".  E essa ironia conta pra mim,  aliás. Eu poderia escrever laudas sobre abrir um jogo de xadrez num tabuleiro de cabeça pra baixo com Cf6 

    Independente do que vai acontecer de agora em diante, nada será como foi


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Meu amor passeia de chapéu panamá

    Corre pro leste com vontade de mijar. Finalmente a sensação de que 2022 acabou. Encontro meu amigo e a gente não consegue falar nada. A gente solta uma gargalhada e até as ondas esperam um pouco enquanto contamos as novidade.  Não mudam os fatos mas o ponto de vista dá outra perspectiva e isso deixa a cena completamente diferente. Eu tomo posse do que não é meu pensando que talvez sempre tenha sido. Em algum lugar do sorriso eu também sei.

    O acaso me ajuda de formas que não consigo conceber. Eu deito numa rede pra tentar terminar de ler um livro que o réu primário precisa de volta. Penso em Sun Tzu e em nunca fugir por medo. Mas se ele quer crime e castigo, assim será. Um vendedor de sonhos aparece. E eu sou muito grato por isso. Ismael, muito bom te ter de volta. O vento sopra em outra direção, vamos com ele. Iemanjá, Quetzalcoatl e a  também a menina que desenha pentagramas invertidos, vcs foram irretocáveis nessa virada de ano. 

    E sempre chove quando estou no caminho pra voltar pra mim.

Um velho, uma pomba e um hippie cabeludo entram num bar...

- Pater noster, qui es in caelis...?

- Por que olhar pra cima e falar em latim?

-  Porque a oração começa desse jeito. E eu sei assim tu me atende.

- Estou do teu lado..

- Ótimo, então me ajuda e faz teu trabalho

- Eu faço pra quem me deixa fazer. 

- Se a gente estivesse falando em permissões eu não pediria ajuda pra vc. Coloca aqueles teus idiotas com asas fazerem o que eles tem que fazer. 

- Eu já coloquei. Olha pras tuas costas.

- E me ajudar que é bom, nada?

- Escuta... o barulho do mar. 

- Eu vou querer um sonho amanhã quando estiver amanhecendo. 

- Eu não vou barganhar.

- Eu também não . De doce de leite. Amém

The ̶s̶k̶y̶ sea is neighborhood

    Estou sempre roubando livros. Mas da mesma forma estou dando livros pra quem precisa. É  como se fosse um remédio personalizado que vai obrigar as pessoas a sentarem E refletirem sobre o que estão lendo É sobre si mesmas, por consequência. 

    Nesse fim de ano, em que coloquei Iemanjá pra cuidar do dono da mesquita, separo esse livro pra ele. Há texto cruéis demais pra serem livros rapidamente. 



    Já que a gerência parece tão empenhada em me ajudar (um vendedor de sonhos.. sempre um vendedor de sonhos) vou me expungir e ajudar os outros. Ano passado eu Morri mas esse ano eu não morro. Vai ser melhor.