E o coice veio. Um soco no estômago não se torna mais agradável porque vc sabe que vai levar um soco no estômago. Um tombo não se torna melhor conhecendo a fórmula da gravidade. A batalha de waterloo não fica melhor da segunda vez. No fim, parece que eu vivo falando as mesmas frases porque eu estou sempre lendo os mesmos textos. E sentindo a mesma dor. Mas o que não importa, não importa. De algum lugar vou precisar tirar forças pra subir naquele palco e fazer o meu trabalho. O Vírligio que -de novo- me carrege. 26 horas devem passar rápido. Beijo, Simone.
Aqui do alto do cruzeiro
Onde o vento faz a curva pra voltar com mais coragem
Vejo o sol tocando a ponta do pára-raio da cruz
Elimino a ofensa do atrito
Atravanco o portão da ventania
Faço a caixa do mar ficar vazia
Boto um teto no vão do infinito
Para dar o pão pra os filhos
Que chegam magros da guerra
O mensageiro do sonho
Nesse terreno que treme
Da magra mão estendida
Da paixão que grita e geme
Das curvas do firmamento
Da claridade da lua
Solidão do mundo novo
A batucada da rua
O espetáculo não pode parar
Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma
O espetáculo não pode parar
NUNCA ME CONCEDA DESCANSAR.