Nas entrelinhas...

Ao som do antigo repertório dos Marlon Brandos

_____Rezo uma oração diferente hoje, considerando que alguma coisa está muito diferente e eu ainda não sei o que é.

_____Na terça-feira eu pedi que tudo que havia acontecido naquela noite pudesse servir de lição. E apareceu um show como a oportunidade de corrigir tudo. Minha mão está tremendo e minha espada precisa de reparos, mas não posso reclamar. É difícil aceitar, mas eu ganho em troca exatamente o que mereço.

_____Vou tentar uma receita diferente para manter a serenidade.

Salve, Regina, Mater misericordiæ,
vita, dulcedo et spes nostra salve!
Ad te clamamus, exsules filii Evæ.

Ad te suspiramus gementes et flentes
in hac lacrimarum valle.
Eia ergo, advocata nostra, illos tuos
misericordes oculos ad nos converte.

Et Jesum, benedictum fructum ventris tui,
nobis post hoc exsilium, ostende.

O clemens, o pia, o dulcis
Virgo Maria!

Ora pro nobis, sancta Dei Genitrix, ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Amen.

_____O Potro lembrou que nenhum escudo defende o coração. De fato, mas é notório que eu me defendo com a espada.

Essa dualidade de novo.

_____Eu sempre fico impressionado com a dualidade que existe entre a minha posição autista em relação ao que acontece quando o céu não está no horizonte e o fato de eu estar semnpre envolvido nos assuntos da noite. O fato é que eu vi muita coisa errada acontecendo durante muito tempo e de repente percebo que acertar as coisas está ao alcance da minha mão.

_____Seria bobagem não fazer nada. O meu lugar e nó meio do tumulto mesmo. O autismo é pra me preservar.

Entre peões e as apostas antes do Turn

Ao som de: Rosa Tatooada - Tardes de Outono

Já que o xadrez foi tema recorrente em alguns momentos do carnaval, coloco algumas dicas segundo um ótica peculiar de ver o jogo.

Abertura
1. Escolha um peão e bote ele no centro.
2. Bote também o maximo de peças o possível no centro, mas lembre-se de por apenas uma peça por casa.
3. Evite perder peões na abertura, eles costumam fazer falta mais tarde
4. Bote o rei em um canto (de peferência do seu lado do tabuleiro). As peças vão estar muito ocupadas no centro para lembrar do seu rei.
5. Não mexa nas torres na abertura, elas não gostam, preferem ser conectadas antes.
6. Roque and Roll.

Meio-Jogo:
7. Procure bons postos para aditivar seus cavalos.
8. Bispos gostam de andar juntos, tenha dois deles.
9. Se você tiver mais espaço jogue como quiser, se você tiver menos, jogue como puder.
10. Jogue sempre Rb1 ou Rh1. Se te perguntarem por que fale algo com a palavra "profilático" no meio.
11. É bom ter maioria na ala da Dama, afinal, ela manda no rei.
12. Tente obter compensação, mesmo que para isso seja necessário sacrificar.
13. Na dúvida jogue Bxh7+ e faça cara de mau.
14. Compensação é quando você esta com uma peça a menos e o cara está assustado.
15. Evite pendurar peças, elas costumam cair.
16. Ruptura é uma balada pra onde varios os peões vão.
17. Sacrifícios: Quem sabe faz ao vivo, quem não sabe analisa depois.
18. Cuidado para não perder tempo, você pode acabar perdido
19. Se você trocar muitas peças é sinal de que você estava muito bem antes, com elas no tabuleiro.
20. Se você não trocar peças é sinal de que logo levará mate.
21. Tenha sempre um plano. De preferência um que dê certo.

Final:
22. A ameaça as vezes é mais efetiva do que a execução.
23. Promova seus peões, mesmo que para isso seja necessária uma mudança de sexo.
24. O final é a parte do jogo em que os Reis saem por ai comendo todos os peões.
25. (é por isso que as damas não costumam estar presentes no final)
26. Bote os peões na cor oposta ao bispo, assim o bispo tentará catequiza-los.
27. O cavalo sempre vale menos que o bispo, a menos que seu nome seja Scadufax
28. Dê mate sempre que puder
29. É comprovado que os reis respiram dentro d'água, portanto só os afogue se não tiver opção
30. O final é um novo começo, onde tudo ainda pode dar errado.

Baseado no diabo do respeito e na minha capacidade de discernimento que se manteve inalterada durante todo o tempo, eu realmente estava falando de xadrez.

Das cinzas...

Ao som de: Julieta Venegas: Andamos huyendo

_____Dia de show, dia estranho. Trabalhando para montar o novo som do Vagão. Todo trabalho possível para não pensar muito. Equilibrado na mesma linha de sábado, mas sem o mesmo ímpeto de correr. Eu tinha certeza de que tudo ia dar certo de novo. Se eu não me conhecesse.. eu diria que estava com medo de cair..E medo de outras coisas também.

_____De novo depois do show sentei na minha janela para prestar um relatório a mim mesmo e ao Único Acima. Garoa gelada e vento quente e eu ali, me sentindo insignificante de um jeito que só consigo quando estou feliz. Mas a mesma sensação de sempre também estava ali. A sensação de que faltava alguma coisa. Seria um momento perfeito para despencar e começar a me auto destruir, mas eu tinha outros planos. Temos um reputação para manter. Ninguem caiu. Ninguém me viu sequer hesitando. Mas foi foda aguentar o vazio.

_____O que me pesa, no fim das contas é saber que nada que eu beba vai saciar minha sede. Tenho sede de gelo salgado. É complicado prá mim decidir sem ter certeza. Ter vontade de uma única mulher e não tê-la do meu lado.
Tudo muito errado

_____Persevero na idéia de ser eu mesmo. Os marinheiros bons são forjados nas grandes tempestades. Era dia claro quando abri uma garrafa de tequila e brindei com quem tinha sobrevivido até ali. No brinde pedi que aquela noite e tudo que tinha acontecido nela tenha servido de lição.

_____É um pedido justo, não é.??

Colocando a casa em ordem

Ao som de: Bandeira Branca, a última marchinha de carnaval.

Primeiro deixa eu fazer o que tenho que fazer.

Eu perdi uma aposta. Perdi feio. As 3 coisas que me foram pedidas.

1. Admitir publicamente: Feito. Estou admitindo aqui que você me fez chorar.

2. Passei a festa de sábado fumando um cigarro ridículo.

Pareceu-me suficientemente ridículo

3. Essa eu ainda não consegui. Mas...

Alguns comentáríos:

"nada é de graça" ecoou no fundo da minha alma.
A tua cara quando tu desafinou no segundo refrão... Foi um dos momentos mais siceros que eu já vi..
Acho que nunca tinham me chamado de menino com tamanha propriedade.
Até barganho, mas ele normalmente cobra muito caro...
Eu nunca mais vou concordar...

_____Sobre a festa. Tem dois lados. O primeiro é aquele tipo roteiro de filme adolescente: O cara organiza a festa, vai pro palco, toca pulando, no meio do show teve uma galera grita "oda, oda, oda, o baixista é o mais foda". Ele desce do palco, se envolve numa briga ridícula, mas tudo dá certo. Um sorriso gigantesco e um chapéu de duas cores enquanto ele fuma um cigarro com um grande amigo depois do amanhecer, sobem os créditos do filme. Imagem da camiseta de kamikaze em magenta.

_____Já a minha versão de tudo não tem tanto glamour. Muito trabalho para organizar tudo, escolher repertório, aguentar problemas nos ensaios. Convencer as pessoas a comprar a proposta do show. No sábado a passagem de som/ensaio serviu como prelúdio da coisa toda. Correria pela cidade para comprar bacardi. Eu queria bater o meu recorde e menos de seis rótulos não seriam suficientes. E eu sentidno que havia uma tênue linha entre uma noite apoteótica e um desabamento. E eu corria sorrindo enquanto me equilibrava nessa linha. Voltei prá casa e antes do show repassei tudo na minha cabeça. Isopor prá gelar a cerveja, garantido pelo respaldo.

_____Chegamos cedo para acerttar detalhes. Tinha o show, mas tinha todo o resto. Isopor no palco e uma camisa do grêmio na frente do meu amplificador. Eu, o Nick e o Rafa íamos ajeitando as coisas conforme a necessidade. Sobre o show, ele foi mágico. Foi tão fácil tocar. Eu me propus a estar preparado e lá estava eu. No meu reino e no meu espaço. Não balancei pelo que ouvi durante o show, eu tinha um trabalho a fazer. E depois do trabalho, todo rum possível. Os de coração forte ficaram até o final.

_____Fica meu muchas gracias a todo mundo que contribuiu para a festa ser o que foi. E nesta terça-feira vai ser mais ou menos a mesma coisa. Estou trabalhando para isso, pelo menos.

_____Acho simplesmente fantástico alguém me pagar para eu fazer o que mais gosto de fazer na vida. E se alguém pode tocar essa música para mim, só posso agradecer por estar vivo. E escolhendo estar aqui agora.

Saída rápida pela direita...

Estou indo pra Vera.

Quando voltar, falo sobre a aposta, sobre a festa, sobre consideração.

Sobre uma noite praticamente irretocável.

Não destruam a cidade enquanto eu estiver fora.

Roendo unhas

Ao som de: Bon Jovi - Everyday

_____Diante de um completo desnecessário, ele ofereceu o que o que não era uma obrigação, mas ainda assim era justo. A inocência fraquejou e a vontade de pedir mais falou mais alto. Diante do pedido exagerado e fora de cabimento, ele simplesmente disse que seria fácil. Já sozinho no quarto, antes de morder uma cenoura, considerou que a vontade de fazer o mal às vezes é quase irresistível. No meio do inverno, com o quarto com cheiro de madeira, viu o cachorro pular e se ajeitar entre as brasas da lareira, ignorando por completo o fogo. Antes de adormecer, considerou uma breve inveja da cena na lareira, mas teria que ser água e não fogo. A água queima por dentro.

_____Sonhos são maquinações. Admira-me a capacidade do cérebro de contruir uma cena sem imagens. Os outros sentidos são obviamente subestimados, já que mesmo de olhos fechados conseguimos enxergar o que queremos. As vacas na índia sabem muito bem que ninguém vai incomodá-las. É um brinquedo tão simples que simplesmente pular é a maior loucura que se pode fazer. Mas cair de cabeça pra baixo enquanto o cérebro discute com todos os sentidos é muito bom. E isso não muda com o andar do filme. Se você pudesse assistí-lo de trás para frente ele faria o mesmo sentido. Água fria para ser cuspida na calçada, assim eu amanheço. Mesmo sem ter certeza de que dia é hoje.

_____Pelo menos sei que é dia. ¿Power to the people?

À Mai Shiranui, sempre.

Mas, ¿de novo?

Hove guardo meus comentários e minhas frustrações para o meu diário.
Sem um caderno todo rabiscado eu enlouqueceria.

Uma música:

O meu coração está desesperado espero por alguém que nem virá
Abro a janela dou de cara pro mar e meus sonhos a navegar
Meus segredos estão expostos
Meus desejos seguros
Não vou sofrer
Não quero sofrer

É só a solidão batendo na janela do meu quarto
Estou sozinho já não sei quanto tempo vou suportar
Estou sem coragem, não quero chorar.

Um dia na chuva outro no sol
O passeio da boa vista nunca aconteceu
Ouço apenas o ruído do silêncio
E não sei o que dizer
Apenas sei chorar

Sim, pessimismo pouco é bobagem. Envolver- me com tudo que faço e esperar proatividade das pessoas é meu atestado de burrice.

Mudança de paradigmas

Ao som de: repertório do show do carnaval.

_____No final o cara que toca melhor não é o que têm mais técnica ou o que está mais entusiasmado. O cara que toca melhor é o cara que está mais preparado. E isso justifica ensaios, justifica tanto estudo. Cobrar para ensaiar é surreal. Na minha realidade eu não pago pra ensaiar e isso já me é suficientemente bom. ¿Às vezes toco por dinheiro.? Sim, às vezes é preciso. O que vale não é dinheiro e sim a música. Para enxergar atreavés das escolhas e saber o porque fazer cada coisa.

_____É um grande mestre, de fato, mas tudo é mestre, tudo ensina. E a vida me ensinou que mais vale um aprendiz concentrado do que um sábio distraído. A chuva de ontem veio forte porque as perguntas eram fortes: Quantos erros uma pessoa deve cometer até descobrir quem realmente é?” “Quantas porradas que uma pessoa deve receber da vida pra descobrir o seu caminho certo? E as perguntas simplesmente ecoaram, não consigo dizer com certeza se são minhas.

_____Eu queria achar uma metáfora com árvores, mas ainda não sei o suficiente. Até porque é o tipo de matáfora que simplesmente acontece, sem ser inventada.

Eu já disse que adoro latim.??

.

_____Comecei a noite pesquisando sobre frequências num analisador de espectro, acabei esbarrando na resposta de uma pergunta que eu já tinha fazia tempo: Porque um dó é um dó ou ou ré é um ré.?? Quem foi que deu o nome das notas e porque.?

_____O autor da coisa toda foi um monge italiano que viveu no seculo X, ele tirou os nomes de um texto em latim falando sobre João Batista. O nome dele é Guido d'Arezzo e o texto é esse:

Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes

O texto significa algo como:

"Para que teus servos,
possam ressoar claramente
a maravilha dos teus feitos,
limpe nossos lábios impuros, ó São João."

_____As notas musicas tem o mesmo nome até hoje, menos o Dó, que era Ut. "Do" deve vir de "Dominus" (senhor em latim) E essa substituição provavelmente foi prá facilitar o canto. Dó soa bem melhor que Ut.

_____O Si foi chamado San antes de ser o Si. S e I são as iniciais de São João em latim. E de novo, fica mais fácil cantar quando o som termina em vogal.

Choveu forte comigo hoje de tarde. Motivação grande.

E descobri que meu sentimento favorito é a serenidade.

Agora eu entendo.

.


Depois de dar um novo sentido para Enjoy the Silence, essa seria a música adequada.


"Hey little sister what have you done?
Hey little sister who's the only one?
Hey little sister who's your Superman?
Hey little sister who's the one you want?
Hey little sister...


It's a nice day to start again
It's a nice day for a White Wedding

There is nothing fair in this world
There is nothing safe in this world
And there is nothing sure in this world
And there is nothing pure in this world
If there's something left in this world
Start again...


Eu vejo o amanhecer quase todos os dias, seja acordando ou indo dormir. Ás vezes me esqueço como o nascer do sol pode ser bonito.

Paz...

Time forte

Ao som de: The house of the rising sun

Acabei escrevendo uma bela poesia sobre a noite.

Bom saber que ainda consigo ventar quando é preciso.

E que ainda consigo saber quem está usando quem quando colo um rótulo de bacardi no peito.

Sim, meu trabalho continua o mesmo depois que peguei minhas asas de volta.

Enquanto como coisas que têm vitaminas do complexo B e Zinco eu me pergunto se as coisas realmente fazem sentido.

Ainda não...

Ao som de: uma versão de Valerie que eu ainda não sei quem canta, mas deve ser a cheiradora

Bem de passagem, na descrição das coisinhas sem importância que têm ocupado a minha vida.

Ando lendo bastante, terminei o livro do Chaves e comecei a ler o Grande Sertão de Novo. Paralelamente leio qualquer coisa em español que aparecer.

Elogios são perigosos e ouvi alguns que quase fizeram sentido. Depois de hysteria no Missi e do show na formatura do Gel estou estudando mais. E minha aluna ninja voltou. Dá trabalho dar aula pra ela.

E sempre que posso assisto Twin Peaks. Até porque eu não lembro de muita coisa.

Os shows do carnaval estão chegando e eu entrei de cabeça na organização da coisa toda. Músicas novas, viagens novas. A mesma correria. O mesmo sorriso.

Acho que está na hora de parar de beber de novo.
Isso me lembra da enorme sede que estou sentindo.

Cantarolei uma música do Betão a semana inteira, mas ontem, quando estava saindo do estúdio, uma música muito especial e significativa tocou no rádio. Fiquei sentado no escuro ouvindo cada verso como quem descobre que existe uma música perfeita para o que está sentindo. A noite passou e quando cheguei em casa, no lusco-fusco com gosto de erva mate, tirei a música. Músicas são, no fim das contas, infinitamente melhores do que palavras.

"Então eu faço esse carinho
E assim fico menos sozinho
Meu coração não chora mais
Na ponta de qualquer espinho"

Pausa para um memeamento

Memearam-me. As regras eram e são as seguintes:
- Linkar quem te indicou;
-Responder 6 coisas aleatórias sobre você;
-Indicar mais 6 pessoas para a brincadeira e para o selo;
-Comentar nos blogs delas avisando do selo e da brincadeira.

Enfim, minhas aleatoriedades:

-Chego aos 28 anos com 3 vícios confessos: Chimarrão para pensar, capuccino para dar um tempo da correria que é a minah vida e gás carbônico como estimulante.

-Existem muitos livros espalhados pelo meu quarto, mas há dois que não saem da cabeceira da minha cama desde que chegaram: A arte da guerra e o Príncipe. Sun Tzu e Nicolau Maquiavel.

-Antes de começar os shows que eu considero decisivos, eu sempre rezo um Pai nosso em Español. E antes de todos os shows que faço eu olho para o Virgílio e digo: Deixa-me orgulhoso.

-Eu estudo de 4 a 5 horas por dia.

-Por mais que isso soe absurdo. Eu não consigo ficar perto de pessoas arrogantes.

-Sempre que posso assisto filmes ou leio livros em español.


Coloco 3 links dos blogs que eu realmente gosto, o resto seria respaldo forçado.
Alemão (eu indicaria mesmo se ela não tivesse me indicado)
Maurício
Ana

Un Don Quijote

Ou: O suor das minhas asas

Ao som de: Cacho Castaña - Garganta con Arena

_____Todos os dias de formatura implicam em correria. Mesmo tendo conseguido tomar várias cervejas na tarde, cheguei irremediavelmente atrasado na formatura do Gel. Mas fiquei muito feliz por estar lá e por poder complicar a vida das pangarés que cuidam do teatro da UCS. Ao sinal do Tchuky a gente fez todo o barulho que pode. A corneta é livre, como sempre comentamos. E depois de mais cerveja e alguns quitutes, depois de uma balançada fortíssima, lá foi o Vento fazer o que tinha que fazer.

_____Highway to hell não foi covardia, foi só prá me lembrar de que não seria tão fácil. No fim das contas, foi o show fácil. Preparei-me bem e isso fez toda diferença. Toda banda se preparou, na verdade. Ouvi alguns elogios e confesso que quase me envaideci. Ter tocado bem foi consequência de uma série de coisas. Mas eu não conseguiria explicar. Eu chamo de trabalho. Eu só sorri. Eu sei.

_____Depois de encerrar os trabalhos na formatura, Encontrei un Martin Fierro no meio da madrugada e lá fomos nós procurar o que não perdemos. Entrar no vagão com uma cuia de chimarrão e de terno e gravata foi arrojado. Mas não foi forçar respaldo. Foi simplesmente eu mesmo. Depois de tudo acabou rolando alguma coisa entre um café da manhã e uma janta e acabei em casa com o sol MUITO alto no céu. Irônico é pensar que antes de tudo eu deixei os óculos escuros em casa pensando que não ia chegar em casa de manhã. Tolo.

_____E chegamos na semana da quinta-feira.12. Sextas-feiras 13 são um trufa de chocolate perto das quintas-feiras 12. Eu lembro de uma sexta feira, 13 de fevereiro de 1998. É incrível que já faça tanto tempo. E de tempos em tempos eu ainda me lembroe de uma poesia que eu escrevi na areia na manhã daquele dia. É um coisa muito inexplicável que eu não cosiga me lembrar dela quando quero, mas as vezes ela vem na minha cabeça verso a verso. Talvez haja uma explicação racional, mas eu não careço de saber. Chegando em casa as 9 da manhã, vi o que sobrou de uma marca de suor nas costas da camisa que eu estava usando. Não tenho como comparar com exatidão, mas eu vi o desenho das minhas asas ali. Na mesma camisa, ncomo um alvo no meu peito, um rótulo de bacardi que lancei para o Nick como retribuição de uma ajuda que nao teve preço. Pouca gente me viu entre meus sorrisos, minhas conversas com o Virgílio e algumas músicas que cantei gritando. E quando foi preciso ele estava ali prá não me deixar balançar demais.

_____É estranho não ter mais os cabelos para me esconder atrás deles. Mas o fato é que não tenho mais porque me esconder. Ainda sinto medo de algumas coisas, mas perdi o medo de tocar. E só eu sei como isso foi difícil prá mim. Minha cabeça vai mais longe. No meio do show lembrei do mito da caverna, lembrei de uma madrugada dessas, tocando borboletas no violão, lembrei que um dia uma pessoa me veria tocando e quando ela me visse ela ficaria orgulhosa. E ela viu. E ela pensou na mesma coisa que eu quando tocou highway to hell. "Living ****, living free". De qualquer jeito a lembrança mais absurda que tenho foi deixar o Virgílio tocando sozinho durante uma música enquanto cantarolava entre meus dentes um tango que diz assim "Canta, la gente está aplaudiendo/Aunque te estes muriendo, no conocen tu dolor".

_____Catarse. É disso que eu estou falando. E de amor. Fé, esperança e amor. É o meu reino, no fim das contas.

Advogado de mim mesmo

Ao som de: repertório Salve Ferris

Tudo tem me feito pensar, e esse é um caminho perigoso.
Quando eu via o mar uma vez a cada dois meses tudo era mais simples.

Durante um show de reconciliação, de lições, e de intensidade eu vejo sorrisos, mesmo sem olhar. Fico feliz e reafirmo que todo mundo está recebendo o que faz por merecer. Definitivamente é melhor assim. E devagar eu vou descobrindo até onde vai o limite.

Há músicas que eu só consigo tocar no meu baixo.


Diratamente do Orkut - Comunidades que me definem:

Toda intensidade do Mundo
Autista por opção
Baixo não se escuta, se sente
Mate Solito
Eu funciono melhor à noite

Um Martin Fierro...

.

Ao som de: Rob Thomas - Disease

_____Uma das minahs grandes referências literárias é o livro Grande Sertão:Veredas, do João Guimarães Rosa. Eu poderia enumerar uns 50 motivos para isso, mas vou colocar um , que pra mim é o mais relevante. Ele consegue fazer concordância com idéias e não com o gênero das palavras. Ele vai além das regras de português e da gramática. Algo como:

_____"Eu sei que isto que estou dizendo é dificultoso, muito entrançado. Mas o senhor vai avante. Invejo é a instrução que o senhor tem. Eu queria decifrar as coisas que são importantes. E estou contando não é uma vida de sertanejo, seja se for jagunço, mas a matéria vertente. Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder, O que induz a gente para más ações estranhas, é que a gente está pertinho do que é nosso, por direito, e não sabe, não sabe, não sabe!"

_____Eu sou muito disso: de encontrar uma determinada característica e ir me moldando a ela até troná-la minha. E achei outra referência, muito próxima. Começou no estúdio onde eu trabalho, passou por muitos eventos, muita cerveja, e muitas resenhas. Resenhas e palavras perspicazes jogando winning eleven ou gravando alguma banda folclórica qualquer. E um entendimento peculiar das entrelinhas do que é humano. O fato é que o Maurício escreve como se não tivesse nada a perder. E é assim que eu quero escrever. O blog dele está ali nos links, vale a pena ler comentários como: "Caxias é uma cidade única: tem todas as piores coisas das grandes cidades e todas as piores coisas das cidadezinhas provincianas. E, como brinde, ainda consegue não ter as coisas boas de nenhuma das duas."

_____O Alta Voz realmente é único. mas não pensem que não dá trabalho deixá-lo desse jeito.

Trabajo, de nuevo.

.

Fiquei dois dias sem tocar. Descanso foi a desculpa que eu usei. Mas agora, no meio da madrugada, eu e o Virgílio chegamos num consenso: há muito trabalho a ser feito e de novo estamos atrasados.

5 horas de sono e tudo vai recomeçar, tudo que minha alma pedir, mesmo que as vezes seja mais que o corpo aguenta.

O resto das considerações ficam para o caderno da primeira gaveta.

=.)

Ao som de: Julieta Venegas - Ilusion

A ironia continua se redefinindo com maestria: a minha mourinha está namorando um argentino.

Eu vejo meu sorriso refletido e posso dizer que meu ano acabou. Que venha o Boi de Terra.
Entreguei de presente um cd que ainda não ouvi. Mas sei que tem um pedaço da minha alma nele. E alguns pedaços da minha alma têm destino certo e merecido.

Eu agradeceria, mas ficou decidido que o que se faz de coração não carece de agradecimento.